sábado, 28 de agosto de 2010

DE SAPO BARBUDO A PRÍNCIPE

Subversivo, agitador e comunista que comia criancinha, estes eram os adjetivos que externavam desprezo de parte da sociedade elitizada com o líder sindical que chegou à Presidência da República. Aquela fundada em segmentos organizados, com influência nos meios de comunicação e nos destinos deste país.
Subversivo, pois discordava dos métodos e imposições que prevaleceram ao longo da história, agitador, pois ele entendia que através da mobilização dos seus companheiros, era o caminho para o equilíbrio nas negociações entre patrões e empregados, e comunista, por motivo deste ser integrante do movimento em prol de uma reforma agrária, como perspectiva de justiça social. Com alcunha de sapo barbudo o retirante nordestino, depois operário no ABC paulista começa a adquirir antipatia dos coronéis e a confiança de seus companheiros, os primeiros entendiam que se tratava de ameaça às dinastias que insistiam em continuar ditando os destinos políticos do nosso país, já seus companheiros viam nele perspectivas de dias melhores. Entre derrotas e vitórias, com sua persistência e de seus seguidores chega ao topo da política nacional, o outrora sapo barbudo, hoje líder maior que consegue atrair, suposto “aliado”, em busca de sua imagem como subsídio para uma vitória eleitoral. O discriminado de ontem se transformou em príncipe encantado, sonho de Cinderela.
Isso ocorre na disputa eleitoral em todos os níveis desse processo eleitoral que se inicia em nosso país onde aliados e adversários buscam assemelhar suas propostas políticas, bem como sua imagem ao presidente atual adotando postura condizente com os métodos adotados por este na condução do seu governo, tornando este pleito sem controvérsia política o que dá a entender que não existe oposição a um governo que reconstrói a nação pautado no sentimento de igualdade. Entretanto a história ainda está em curso, contudo isso, todos nós sabemos, quem são os verdadeiros aliados, e os aproveitadores de ocasião.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

DESCASO SÓCIOCULTURAL

A decisão do judiciário federal pela retirada das barracas de praia na faixa de terra de propriedade da Marinha em Salvador e região metropolitana sem o prévio –estabelecimento de um outro espaço para que os barraqueiros exerçam suas atividades com dignidade, explicita o descaso do Estado, com os valores sociais e culturais desse povo.
As barracas de praia estão inseridas na cultura soteropolitana tão quanto o nosso tradicional acarajé produzidos e comercializados pelas nossas baianas em vários pontos desta cidade.

A intervenção por parte do Estado com a finalidade de ordenar e preservar a natureza e o meio ambiente se justifica. Entretanto é necessária que seja incluído neste evento a preocupação com o lado social e cultural como garantia de sobrevivência do indivíduo bem como a preservação dos costumes desse povo e do seu habitat.

Neste sentido é de fundamental importância que os poderes públicos envolvidos nesta situação, resolvam este problema sem gerar outros, buscando meios que mantenham o ganha-pão destas pessoas, contribuindo para o bem estar social, bem como o seu fator cultural.

Vale lembrar que a área do antigo aeroclube hoje ocupada parcialmente por um shoping é uma propriedade do município, ou seja é um bem público, e seria de bom alvitre que esta seja estruturada e direcionada para este seguimento social e cultural.